segunda-feira, 6 de agosto de 2012

05:19 a.m.

Ela tem tanto para escrever que não consegue escrever nada. Nas últimas semanas as insónias desapareceram, quase não se lembrava delas. Hoje voltaram. Amanhã regressa ao trabalho, que agora parece já uma obrigação. O corpo dela e a mente estão desfasados. Isto não tem qualquer lógica. Há umas horas sentiu o coração a disparar desalmadamente. Conseguia sentir os músculos da máquina a contrairem-se e a distenderem-se, com toda a força.A bater, a bater aceleradamente. Quando tem motivos para dormir menos bem, dorme profundamente. Quando podia dormir profundamente, não dorme. Isto é assim quase há 2 anos, desde que o conheceu. Começa a ficar cansada disto.Acha que isto são sinais para não continuar aqui. Em breve terá que decidir. Ou os ventos decidirão por ela.Sente-se mais completa na cidade onde esteve há uma semana atrás. A confusão e o ritmo acelerado da cidade cansam-na, inspiram-na e alimentam-na. Ela deseja ir para lá, muito. Mas já não se pode aventurar assim. Tem que esperar mais um pouco. É difícil . Se não fossem estas insónias. Amanhã vai andar de rastos. Já sabe o que a espera. Vai sair de casa com vontade de já ser o fim do dia. As coisas são como são.