segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Ela não gostava de ver a casa a ficar vazia. Apetecia-lhe arrumar tudo o que faltava e ir embora. Era demasiado triste. Ela tanto tinha aversão à mudança, como precisava dela para sobreviver. Neste momento, eram as duas coisas. Este sítio já não tinha nada para ela. Era como se a corda que fora grossa e forte há uns meses atrás se estivesse a desfiar a cada dia que passa. Não, ainda não era agora que ia assentar e ficar. Não. Qualquer coisa a empurrava para o verdadeiro sonho dela. E ela não podia fazer nada, senão ir.

sábado, 20 de agosto de 2011

Lost

Ela já não sabia nada. Sentia-se perdida. Impotente. Era capaz de fazer as maiores loucuras por Amor.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

delA

Saiu do trabalho que a esvaziava e voou até à praia. Tinha descoberto um agradável barzinho de madeira junto à praia. Pegou no livro e entrou. A sala com as janelas cheias de mar estava vazia. Sentou-se e contemplou o mar, a areia, o sol. Pediu algo para beber e comer e começou a ler. O livro era delicioso. Ela costumava sublinhar as linhas com as quais se identificava. Eram quase todas. Era capaz de ler este livro várias vezes ao longo da vida….o livro dos homens sem luz. Fumou um cigarro. Ela adorava aqueles momentos de descontracção. Eram os momentos dela. Em frente à praia, viu alguém a vir em direcção ao bar…ela não conseguia vê-lo nitidamente, o sol encadeava-a, via uma espécie de sombra. Parecia ele, o andar dele, as mãos dele, a expressão dele. O coração disparou perante essa possibilidade. Tentou voltar ao livro. Não conseguiu. Desconcentração. Pegou nas coisas e saiu com coração nas mãos.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Voltar

Ela deitou-se relativamente cedo. Tinha os pés gelados. Calçou umas meias quentes e colocou sobre a cama a manta quentinha e o robe de Inverno por cima. Os pés não aqueciam. Foi buscar o maravilhoso saco de sementes, que já não usava há uns meses. Isto tinha um nome. Ansiedade. Hoje teve um clique, de manhã, e passou o dia a correr de um lado para o outro a perseguir os sonhos. São 4 e 20 da manhã e ela ainda não dormiu. Já bebeu chá. Folhas de laranjeira. 3. Viu televisão. Enfeitou o bolo de aniversário, que estava programado para as 7 da manhã, antes de voltar ao trabalho, depois de 3 semanas de férias. Isso custava-lhe. A magia perdeu-se num canto qualquer do edifício azul. Restavam os colegas e amigos. Ela tinha saudades disso. Do trabalho não. Em relação a ele. Bem, não há ele, para começar. Longe da vista, longe do coração. É bem verdade. No dia seguinte sentiu uma saudade penosa. Foi um dia triste para ela. Ainda não tinha entrado no modo Férias. A partir daí tudo fluiu. Organizou os pensamentos, tomou decisões. Resolveu seguir em frente. Esquecer o que tem que ser esquecido. Não alimentar falsas esperanças. Aproveitar agora que quase se conseguiu curar. Não é assim tão difícil, estando longe.                             Por último, faltava escrever. E ela escreveu.