segunda-feira, 29 de julho de 2013

A cidade dela

Cada vez que passeava pela cidade, apetecia-lhe tanto ficar. Isto era tudo estranho para ela, pois nunca sentiu que pertencia a algum lado. Uma das perguntas mais difíceis que lhe podiam fazer, era perguntarem-lhe de onde é que ela era...Era difícil pois nem ela própria sabia. Às vezes respondia o sítio em que nasceu, outras vezes respondia: "por aí", outras vezes, demorava-se mais e falava de alguns sítios por onde tinha passado. Agora sentia-se muito acolhida por esta cidade que a recebe agora. Começava-se a aperceber que esta cidade lhe oferecia tudo. Tinha a família por perto, tinha um ou outro amigo, tinha uma boa médica, que foi uma bênção na vida dela, tinha a natureza à porta de casa, as árvores cheias de folhas verdes e douradas a servirem de cortina de quarto, descendo a rua e mais um pouco tinha o mar, se atravessasse o parque verde e seguisse nessa direcção tinha um porto com dezenas de barcos atracados, uma paisagem de cortar a respiração com a ponte que leva até ao outro lado. E depois eram as pessoas, as pessoas no geral recebiam-na bem. Hoje aconteceu assim mais uma situação que nunca irá esquecer...como há pessoas solidárias, ajudar o outro em troca de nada. Isso é tão especial e raro. Sente-se abençoada por todas estas coisas. Só falta o trabalho. E pela primeira vez deseja que seja aqui.