segunda-feira, 4 de março de 2013

Estas insónias matam-me

Estas insónias matam-me devagarinho, vão minando o meu ser por dentro e por fora. Hoje não dormi, não tomei comprimidos, eles também me matam, se calhar mais. Hoje não tive que ir trabalhar, sair de casa, conduzir, por um lado é um descanso, por outro uma frustração. O dia que está a existir, se não existisse também não fazia falta. Quando estou assim, não me apetece estar aqui. Só vejo sofrimento. Uma noite inteira com a cabeça na almofada e os olhos abertos. Dá-me vontade de chorar. Muito. Dá-me vontade de sair daqui e fazer coisas diferentes, mas não posso. Estou presa a esta espera para ir para outro lado. Isto também me mata. Mais de 10 anos nisto. E eu lutei tanto para qualquer coisa diferente disto. Para quê? Quando durmo qualquer coisa, ainda tenho vontade de fazer coisas que gosto. Mas hoje não. É um desanimo total na alma  no corpo. Continuo a vir aqui em último recurso. Alivia um pouco.
Será que estarei preparada para ir para outro país? Que quero tanto. Penso/pensava que sim e levo este problema atrás e os comprimidos para dormir e depois curo-me? Ou tento curar-me agora. Essa é a resposta mais equilibrada, penso eu. Mas será que eu me posso curar agora. Apetecia-me um vida simples que me esvaziasse a cabeça cheia, a cabeça cheia de sonhos e projectos, e tenho que fazer isto e aquilo, e aprender isto e aquilo, uma forma de não desistir que me consome. É demasiado. Tudo é demasiado. Ultimamente guardo links de sites que depois irei ver e não os vejo, compro livros que não leio, ebooks às dezenas que não leio, tutoriais que não faço. E tudo o que faço que às vezes é muito e onde me supero muitas vezes fazendo um sacrifício maior. Para quê? O fim de semana que passou, apesar das insónias, foi uma lufada de ar fresco. Apanhar aquele vento, aquela areia da praia no face, nos cabelos, no corpo, fez-me sentir viva. Coisa que já não sei bem o que é. O colo da mãe, a tranquilidade da mãe a dizer que as coisas iam melhorar...choro. Porque choro?
Às vezes gostava que pudéssemos apagar as memórias, as mais dolorosas, aquelas que nos fizeram crescer mas que nos prendem a um sítio sombrio.Era tão mais simples. Este bloqueio. Desapertar este nó. Tudo coisas que não interessam, só se sentem.