quarta-feira, 3 de agosto de 2011

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Ela deitou-se relativamente cedo. Tinha os pés gelados. Calçou umas meias quentes e colocou sobre a cama a manta quentinha e o robe de Inverno por cima. Os pés não aqueciam. Foi buscar o maravilhoso saco de sementes, que já não usava há uns meses. Isto tinha um nome. Ansiedade. Hoje teve um clique, de manhã, e passou o dia a correr de um lado para o outro a perseguir os sonhos. São 4 e 20 da manhã e ela ainda não dormiu. Já bebeu chá. Folhas de laranjeira. 3. Viu televisão. Enfeitou o bolo de aniversário, que estava programado para as 7 da manhã, antes de voltar ao trabalho, depois de 3 semanas de férias. Isso custava-lhe. A magia perdeu-se num canto qualquer do edifício azul. Restavam os colegas e amigos. Ela tinha saudades disso. Do trabalho não. Em relação a ele. Bem, não há ele, para começar. Longe da vista, longe do coração. É bem verdade. No dia seguinte sentiu uma saudade penosa. Foi um dia triste para ela. Ainda não tinha entrado no modo Férias. A partir daí tudo fluiu. Organizou os pensamentos, tomou decisões. Resolveu seguir em frente. Esquecer o que tem que ser esquecido. Não alimentar falsas esperanças. Aproveitar agora que quase se conseguiu curar. Não é assim tão difícil, estando longe.                             Por último, faltava escrever. E ela escreveu.

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