segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

(re)começo talvez

Recorda-se que a última vez que escreveu foi para variar a meio de uma insónia e já a chegar ao limite dos limites. Nessa noite não dormiu,conduziu uma hora e tal até ao trabalho e conseguiu ao final da tarde chegar bem a casa. Arriscou muito nesse dia. Desde então, algumas coisas mudaram. já não faz as viagens intermináveis há uma semana. Sente que tem mais energia. Foi ao médico, neste caso, à médica. Tinha uma médica nova, que queria curá-la,descobrir o problema dela. Pela primeira vez, alguém se interessava em descobrir a sombra que a perturba. Agora, toma uns comprimidos para modular o sono e para a tornar mais feliz. Ela sempre fora uma rapariga pacata, na dela, com um mundo interior maior que o exterior. Mas agora sentia-se desinteressada. As coisas já não lhe interessavam tanto. Muitas vezes tinha que fazer um esforço, obrigar-se a sair de casa às vezes, a não deixar de fazer as coisas. Andava assim, tinha perdido o interesse pelas coisas e isso preocupava-a, sentia-se a morrer lentamente. 4 meses e tal de cansaço extremo consumiram-na, foi como se a energia dela estivesse quase sempre no vermelho. Fisicamente e psicologicamente esgotante. Hoje perguntava-se como tinha aguentado aquelas viagens sem fim todos os dias, duas vezes ao dia. Às vezes, há coisas que nos movem e não sabemos de onde vêm. Aprendeu a lição. Quase que ía dando cabo da vida. Ainda não sabe sevai conseguir recuperar. Uns dias pensa que sim. Que isto ainda vai valer a pena, outros não. Já dormia melhor, pelo menos na maioria dos dias. Ontem não conseguiu dormir, tomou o comprimido SOS, não sabe se dormiu 1 ou 2 horas ou 20 minutos. Não viu as horas, pois isso causava-lhe mais ansiedade. Hoje não sabe se vai conseguir dormir, também não lhe interessava...Ela pensava que no dia em que deixasse de se preocupar, que se tinha perdido. Se calhar era o contrário, ela precisava de se deixar de preocupar, de pensar em tudo, de fazer planos de imaginar, de tudo o que lhe enchia a cabeça de tudo e nada, do futuro, que vem lnge , mas que ela vivia diariamente.
Ela precisava muito de ter escrito isto, fica mais leve depois de despejar a alma.

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